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Carisma de Fundação Jesus Maria e José

Ser morada da Família Divina, na permanência de sua Palavra como José e Maria

 Aquele que me ama, guardará a minha Palavra e o Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. João 14,23 

Temos em Maria e José o nosso maior modelo, pois soube guardar o eterno Verbo, permanecendo em sua Palavra antes e depois da encarnação. Acolheu em suas almas e em sua casa a Família Divina, através de Jesus Cristo, único capaz de unir novamente o céu e a terra, o homem a Deus, tornando neste mundo imagem da Família Divina. A exemplo de Maria e José; na HUMILDADE, OBEDIÊNCIA e VERDADE somos chamados a guardar a Palavra encarnada, nosso Senhor Jesus Cristo, para sermos também morada da Santíssima Trindade.

Estas palavras de Jesus, é uma verdade revelada diante da pergunta do apóstolo Judas Tadeu. “Senhor, porque razão hás manifestar-te a nós e não ao mundo? ”

Conhecendo em profundidade a vontade do Pai, Ele responde do mais íntimo do seu coração; “QUEM ME AMA GUARDARÁ A MINHA PALAVRA” a unidade de amor que somos chamados a viver com a Santíssima Trindade, nos diferencia do mundo, que não é capaz de receber; porque não vê, nem conhece o Espirito da verdade. João 14,17.

É o amor a Cristo, que traz a Santíssima Trindade para morar em nós; mas não um amor de sensibilidade e emoções, mas um amor de entrega, de comprometimento, que nos une por inteiro a Cristo.

Não basta ouvir esta palavra, é preciso guardá-la, esta é a vontade do Mestre que nos santifica na verdade, a vossa palavra é a verdade, a Santíssima Trindade habita na alma que ama. É Cristo que nos comunica este desejo, Ele quer habitar em nós, com o Pai e o Espirito Santo, para que vivamos com Eles, como exemplo de filho e discípulo amado. Nosso Senhor que conhece as nossas fraquezas, sabe o tamanho do perigo das seduções enganadoras que promete felicidades, mas que gera destruição e morte. Por isso o Senhor manifesta-se a nós e mostra o seu amor. Sai ao encontro de todos, pois Ele também deseja ser amado, com o mesmo amor que nos foi dado, é uma grande injustiça não corresponder a este amor que nos une a Ele.

O Senhor nos convida a permanecer no seu amor, e exige como prova, que seja guardada no nosso coração a sua Palavra banhada de doçura e amor. Guardar a Palavra de Cristo, é acolher, obedecer e permanecer, cuidando para que não seja substituída ou roubada da “casa” onde Deus Trino deseja habitar. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele. João 14, 21. Jesus revela a nós a alegria do pai ao guardar a sua Palavra, que é seu profundo desejo desde o princípio. Desobedecê-la, corta nossa relação com Deus Trino, traz consequências terríveis a nós e a nossa posteridade familiar e humanitária. Por outro lado, guardar a sua palavra e obedecê-la é tão atraente, que a Família Divina, vem a nós fazer morada, o Senhor nos ver como casa, morada. Vivamos essa relação de amor, eu Neles e Eles em mim.

A palavra nos ensina e Jesus reafirma que a vontade do Pai é que “sejamos santos como Ele é Santo”. E para viver esta vontade de Deus, para chegar a santidade, precisamos ama-Lo. “Amarás o SENHOR, teu Deus, com todo o coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração...” (Deu 6,5-6)

Não se trata apenas, de palavras soltas como diz o profeta “... esse povo me honra com lábios, enquanto seu coração está longe de mim” (Is 29,13), mas um coração decidido e comprometido a amar, pois quem ama anseia fazer a vontade do Amado.

Através desta relação de amor, da Família Trinitária com cada um de nós, o Senhor quer nos ensinar ser família na terra, a exemplo da Sagrada Família. O amor por aqueles que Deus nos confiou, cresce à medida em que nós nos unimos a Deus Trino, quanto mais amo a Deus, cresce em mim o desejo que o Senhor seja amado e honrado por todos. Somos chamados a ser possuídos por Deus, ao ponto do nosso coração arder de amor, não somente para proveito pessoal; porque não queremos ir sozinhos para o céu, mas levarmos conosco nossa família e outras famílias que o Senhor nos confiar. Este anseio de salvação, provém do grande amor que alcançamos na amizade com a Santíssima Trindade.

 

HUMILDADE

Nós somos facilmente atraídos por grandezas, famas, posses, seguranças baseadas nas coisas deste mundo, por isso o demônio pode nos enganar facilmente, se não estivermos unidos a Deus através de sua graça. Para não sermos enganados como nossos primeiros pais, é necessário exercitarmos a HUMILDADE, que nos coloca no nosso verdadeiro lugar. Todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado (Lc 14,11) Deus nos conhece mais que nós mesmos, o humilde reconhece esta verdade, jamais deseja ser alguém ou fazer algo fora da vontade de Deus. Precisamos da humildade para guardar a palavra no coração e obedecê-la. Devemos pedir a Deus a graça de nos conceder, a virtude da humildade, pois nos ajuda fundamentar e autenticar o carisma CJMJ no nosso coração, abre as portas da nossa alma para Deus Trino e enriquece a nossa espiritualidade na unidade.

O orgulho é uma grande mentira, oposto da “humildade que é a verdade” (Santa Tereza de Ávila). A humildade nos ajuda a conhecer nossa pequenez e a grandeza de Deus, a submetermos a Ele tudo que possuímos. A humildade não nos empurra para cima, mas, para baixo, permite conhecer a nós mesmos, reconhecer os dons naturais e sobrenaturais que recebemos de Deus, todo mal e imperfeição que existe em nós, somos nós mesmos os responsáveis. No entanto, toda bondade e perfeição provém de Deus. Sem humildade não conseguimos obedecermos e submetermos a santa vontade de Deus, e tão pouco dar passos sequer na vida espiritual. Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu profundamente essa virtude, pois Ele é a suma verdade, e ser humilde é viver na verdade.

O fundamento, de todo edifício espiritual é a humildade, ela nos leva a humilhar na oração, crescer no amor a Deus Trino, e uns pelos outros, nos move ao temor a Deus e a submissão a sua divina vontade.

Não tenho o direito de me vangloriar diante de meus semelhantes, pois só alimenta o meu egoísmo e fecha a porta para ação de Deus Trino na alma. O amor próprio desordenado nos leva ao orgulho e a soberba. No carisma lutamos para guardar a palavra para aprender dEle, que é manso e humilde de coração.

 

OBEDIÊNCIA

O primeiro pecado do homem foi de desobediência, Deus havia proibido Adão de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2,17), mas a serpente enganou Eva, dizendo que ao comer do fruto eles seriam como deuses conhecedores do bem e do mal (Gn 3,5). 

A necessidade da obediência está impressa na passagem bíblica que fundamenta a espiritualidade do carisma CJMJ.

A obediência mora no amor, por isso, ouvimos a sua palavra e nos esforcemos a obedecê-la. Jesus disse; faço sempre o que lhe agrada. (Jo 8,29b)

Para nós CJMJ, a vontade de Deus Trino, deve ser o alimento, o pão de cada dia para nossa alma.

Em nós encontra-se a essência do amor que nos leva a Deus, nossa alma deseja a intimidade com Ele, nesta amizade de unidade, somos chamados a obedecer sua Palavra para permanecer invencível das investidas do mundo, do demônio e de nossos próprios desejos. Sou chamado a renunciar a mim mesmo cada dia, para que Cristo cresça e seja exaltado em mim.

Aquele que obedece, tem a certeza da presença e do socorro de Deus, jamais será enganado pelo demônio, que cessa de atormentar a alma que se abandona na obediência.

A vontade de crescer cada vez mais em Deus é fruto da verdadeira liberdade que nos conduz a obediência e nos faz permanecer no amor de Deus Trino. Não podemos esquecer que a obediência é contrária ao instinto natural, ou seja, ao espírito humano, por isso precisamos pedir a graça de Deus para alcançarmos essa grandiosa virtude.

Para um coração humilde a obediência é fonte de paz individual e comunitária.  Que paz tão profunda alcança uma família que obedece a Deus.

O fruto de uma alma humilde e obediente, é a alegria da liberdade interior que jorra para os irmãos e para vida eterna.  A obediência é a forma de retribuir a Deus, o amor que recebemos Dele. “Amor se paga com amor” (São João da Cruz)

 

VERDADE

No intuito de enganar, a serpente perguntou a Eva, afirmando que Deus havia proibido de comer de todos os frutos do jardim (Gn 3,1). Também afirmou que ao comer do fruto os olhos deles se abririam e eles seriam como deuses (Gn, 3,5). Infelizmente muitos dão ouvidos e aceitam nos dias de hoje os argumentos do demônio, caindo no mesmo erro dos nossos primeiros pais. A VERDADE que é o próprio Cristo, (Jo 14,6) é a nossa segurança, para não sermos enganados pelas mentiras que o demônio e o mundo querem incutir nos filhos de Deus. Nos últimos tempos a verdade tem sido relativizada, cada um quer ser deus de si mesmo, definindo suas próprias verdades. A verdade de Deus é a sua sabedoria que comanda toda ordem da criação e do governo do mundo. Deus, que sozinho criou o céu e a terra, é o único que pode dar o conhecimento verdadeiro de toda coisa criada em sua relação com ele. (CIC 216). A verdade autêntica é ensinada pela Igreja Católica Apostólica Romana, através das Sagradas Escrituras, da Sagrada Tradição e pelo seu Magistério.

 

Aquele que tem o chamado ao carisma CJMJ, deve buscar com todo o empenho por amor a nosso Senhor Jesus Cristo, exercitar a HUMILDADE crescer na OBEDIENCIA, e ser guiado pela VERDADE. Esta tríade está intimamente ligada ao carisma CJMJ, buscá-la como objetivo de vida, se faz necessário para a vivência do carisma.

A vivência do carisma CJMJ, se dá no cotidiano, desde o simples movimento, ao ato mais sublime do consagrado, estando sozinho, em família, no trabalho, na igreja ou em qualquer lugar, através de dois modos, DESERTO e PRESENÇA.

DESERTO

O conceito de deserto para o consagrado ao carisma CJMJ, é de estar a sós com Deus, buscamos unir nos a Ele, através de uma vida de obediência a nosso Senhor Jesus Cristo de acordo com o nosso chamado. O deserto se dá em três momentos principais do dia de cada consagrado: momento da ORAÇÃO, TRABALHO e ESTUDO.  Nestes três principais momentos, o consagrado busca receber de Deus os dons e virtudes para sua santificação e a do próximo. A oração consiste em colocar diante de Deus tudo que envolve a nossa vida, nossas fraquezas, vitórias, virtudes e vícios. É no Senhor que todo o edifício é levantado (Ef 2, 21-22). Compreendemos por oração, tudo que nos leva ao diálogo com Deus. Ex. Oração vocal, meditativa, adoração, sacramento da penitência, participação da santa missa, etc. No trabalho cumprimos em primeiro lugar a ordem do Senhor de tirar da terra o nosso próprio sustento (Gn 3,17), o trabalho também é um instrumento de amor e justiça, através dele podemos combater muitos vícios e crescermos em virtudes. O estudo também é uma forma de amor a Deus, e deve nos levar sempre a buscar a verdade, com ajuda da graça. Através do estudo, alargamos as nossas capacidades de aprender aquilo que nos ajudará a viver a nossa vocação de conhecer, amar e servir a Deus, também de contribuir para o nosso bem e o do próximo.

 

PRESENÇA

O Conceito de presença para o consagrado, é estar em missão, é ser um instrumento nas mãos de Deus para os membros da família, da comunidade e das pessoas que Deus enviar a nós. A presença se dá em três momentos principais: Na FORMAÇÃO, EVANGELIZAÇÃO e FRATERNIDADE. Na formação e na evangelização, o consagrado deixa transbordar na vida do outro a experiência de unidade com Deus, sendo um instrumento de ajuda para o alcance da vivência da vontade de Deus. Na fraternidade o consagrado entende que tem a missão de transbordar os frutos da unidade com Deus, no relacionamento familiar, em comunidade e na sociedade, através das manifestações dos dons e virtudes.

 

CONCLUSÃO:

Com exceção dos momentos de descanso, a vida diária do consagrado (a), estará sempre na dimensão do DESERTO e PRESENÇA, seja na família, na comunidade, na igreja, no trabalho ou na sociedade, somos chamados a viver conforme a identidade do carisma dado por Deus na Comunidade Jesus Maria e José. A formação permanente, o Regimento Interno e o Estatuto Social descrevem de forma detalhada e serve como apoio para vivermos o nosso carisma.

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